quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Exaltasamba faz despedida grandiosa em Camboriú

Com 50 músicas e três horas e meia de duração, grupo faz último show de sua carreira antes de se dedicarem a projetos pessoais
 Por Bruna Senos

Com apenas cinco minutos de atraso, o Exaltasamba subiu ao palco em Camboriú, Santa Catarina, para uma apresentação especial que marcou o fim (mesmo que temporário) dos trabalhos do grupo.

Ainda do backstage, Thiguinho avisa: "Hoje tem, hein?!". E teve mesmo. Foram mais de 3 horas de show, com hits que marcaram não só os 25 anos de história do Exalta, como também a própria história do pagode no Brasil.

Um coro de "Tá Vendo Aquela Lua", um dos maiores hits recentes do grupo, foi usado como boas-vindas à banda pela multidão que enchia a Praça das Bandeiras, no balneário catarinense. Visivelmente emocionados, Thiaguinho, Thell, Péricles e Pinha agradeceram a presença do público e deram início a festa com "Hoje Tem", "Valeu" e "Cara de Pau". "É no Pagode" e uma versão de "Tô Dentro Tô Fora", sucesso do grupo "Os Morenos", vieram na sequência.

Aos poucos, os sucessos mais animados foram dando lugar às baladas, como "Céu e Fé",  e foi assim por quase toda a primeira metade do show. Nessa parte, ainda houve espaço para um "Pai Nosso", puxado por Thiaguinho durante a música "Carta Pra Deus".

Thiaguinho, aliás, foi o responsável pela grande maioria das músicas dessa parte do show, o que mostra seu tino para muso e galã. Já a cargo de Péricles, ficaram os incontáveis hits dos anos 90, como "Cartão Postal" e "Gamei", em um pout-pourri com a nata das paradas de sucesso de duas décadas atrás. Apresentado pelo companheiro de banda como "ídolo" e "maior cantor de samba de todo o Brasil", o veterano mostrou fôlego e disposição, levantando a multidão como até então não tinha sido visto.

"Eu e Você Sempre", clássico de Jorge Aragão, também foi lembrado na festa, que seguiu animado até ferver de vez na "balada do Exalta", parte do show dedicada a execução de trechos de funks que vão desde "Eu Só Quero É Ser Feliz" a "Que Isso Novinha".


"Jogo de Sedução", "Preciso Desabafar" e "É Você" trouxeram o pagode de volta ao palco e, com elas, o peso da despedida, que pareceu enfim ser sentido. Durante um medley só de músicas compostas em parceria com Rodriguinho (ex-Travessos), Thiaguinho chegou a se emocionar. Na última delas, "A Amizade É Tudo", um agradecimento lembrou os ex-integrantes da banda, como Chrigor e Brilhantina (este último membro do Exalta até bem pouco tempo).

Sucessos como "Abandonado", "Livre Pra Voar" e "Tchau e Bença" vieram numa crescente e prepararam para a esperada "Tá Vendo Aquela Lua", que encerrou a apresentação sendo mais uma vez cantada pela plateia a plenos pulmões.

Desde que saíram em turnê comemorativa aos seus 25 anos de carreira, os shows do Exalta sempre seguiram uma estrutura parecida. Dividido em partes, ora com o Thiaguinho a frente, ora com o Péricles no comando, os músicos passeavam pelas diversas fases da banda, desde o início, quando os vocais ainda eram comandados por Chrigor, até o fenômeno que se tornou sob a batuta de Thiaguinho. As maiores diferenças desse para os outros shows talvez tenham sido o tempo destinado a cada parte, naturalmente muito maior, e o foco de cada um dos músicos durante a apresentação.

Thiaguinho, por exemplo, deixou claro o tempo inteiro que apesar desta ter sido uma celebração ao passado do Exalta, também está de olho no futuro: vestia tênis e camisa com seu "lema pessoal", "Ousadia e Alegria" (não coincidentemente nome de seu primeiro DVD solo, com lançamento previsto para março) e cita Rodriguinho, seu "brother", com a mesma frequência com que joga charme para a plateia: o tempo todo.

O que vai ser do Exaltasamba daqui para frente, não se sabe. Dizem os músicos que é só uma pausa, um tempo para se dedicarem a outros projetos e fazerem coisas diferentes, mas a apresentação de Camboriú, com 50 músicas e três horas e meia de duração, teve ares de dever cumprido e de uma grande final.

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